Política além do voto

9 intervenções urbanas que levam mais arte e cultura para as ruas de Porto  Alegre

Dadas as limitações das atuais instituições políticas historicamente herdadas das classes dominantes, como o exército, a polícia, os tribunais, as prisões, os manicômios e os órgãos da própria democracia representativa, faz-se urgente buscar novas formas coletivas de fazer política, tomar decisões e mediar conflitos.⁣

Política não é inerte, está em movimento por meio das ideias e dos corpos. Sua existência não começa ou termina com o ato de votar, este sendo no máximo mera extensão do fazer político cotidiano que se dá por meio do entendimento de nosso lugar social no mundo. Então, pensar criticamente é essencial a quem se determina sujeito político.⁣

Essa formação política é contínua e se materializa nas ações cotidianas de cada momento e contexto de nossas vidas. Por isso, é essencial aprender a agir coletivamente, em rede, de forma progressivamente mais articulada. Pensar e agir a partir de baixo, cuidando dos seres mais vulneráveis, garantindo condições de existência que tendem a melhorar a qualidade de vida de todes.⁣

É fundamental exercer a criticidade, o diálogo e a ação articulada em todos os níveis da vida social. Um primeiro passo é se reunir com pessoas comprometidas com pautas progressistas nos bairros, nas escolas, nos locais de trabalho e em outros espaços a fim de dialogar sobre os problemas concretos nesses locais. O segundo é forjar alianças com outros grupos a partir de interesses convergentes com o intuito de potencializar a força e resistência da sociedade política, como coletivos autogestionados de ação direta ou movimentos sociais amplamente organizados.⁣

Assim se vai além das eleições e se pode mudar o sistema político atual: uma democracia representativa burguesa em que os interesses populares não costumam ser ouvidos com a atenção merecida. Assim se vai além da crítica, proporcionando exemplos de ação direta efetivos e capazes de inspirar mais pessoas a perceber a necessidade de se organizar para lidar com as adversidades de forma lúcida e solidária, com os agentes envolvidos se apoiando mutuamente. Assim se abrem possibilidades de comprometimento político cotidiano com a construção de um mundo comum justo e igualitário.