8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres – sobre não apagar contextos históricos e apoiar a luta anticapitalista

8 de Março nasceu com luta por pão e paz | Opinião

A data de hoje tem um contexto histórico, estando intimamente ligada com a luta das mulheres trabalhadoras. Não é à toa que a ideia de instituir um dia para dar visibilidade à luta dessas mulheres foi dada pela comunista alemã Clara Zetkin, em 1910, no II Congresso das Mulheres Socialistas. ⁣

No texto de 1913 “O Dia da Mulher”, escrito por Alexandra Kollontai, uma das notáveis mulheres que ajudou a liderar a Revolução Russa, a autora afirma que “O Dia da Mulher é um elo na longa e sólida cadeia da mulher no movimento operário”. Portanto, não podemos abandonar esse contexto histórico e enxergar o Dia da Mulher como “dia de celebrar o feminismo”. Pois nem todo feminismo se compromete com uma mudança radical da sociedade. Além disso, é incoerente se utilizar dessa data para falar sobre a opressão da mulher sem citar o capitalismo como um de seus grandes pilares. ⁣

Como Movimento Vegano Anticapitalista, não diremos que “se o seu feminismo não inclui as fêmeas não humanas então ele não é feminismo de verdade”. Essa é uma frase que muitas vezes é compartilhada por pessoas veganas no 8M, porém ela também contribui para apagar todo o contexto histórico da data de hoje e transformá-la em um mero “dia do feminismo”. ⁣

Em vez disso, estamos aqui para apontar como o capitalismo é um sistema de exploração e morte. Exploração das mulheres (e de toda classe operária, povos indígenas e quilombolas), da natureza e dos animais. ⁣

Falamos sobre como a escritora Carol J Adams, em seu livro “A Política Sexual da Carne”, percebeu que o carnismo está ligado ao sexismo (temos uma postagem sobre isso aqui no @mova.veganismo) e como o patriarcado domina animais e mulheres simultaneamente, frequentemente se utilizando dos mesmos recursos. Em seu livro, Carol conta como muitas mulheres se apropriaram do vegetarianismo como tática de resistência.⁣

Saudamos mulheres camponesas, indígenas e quilombolas, que diariamente resistem ao projeto capitalista de destruição de territórios e negação da soberania alimentar!⁣

Que hoje, assim como em todos os outros dias, possamos honrar a luta pela construção de uma sociedade livre de opressões. Venceremos!⁣