Dentro do campo da luta pela libertação animal, há conceitos e correntes de pensamento que orientam e informam práticas ativistas, entre eles existe a concepção bem-estarista (welfarism).
Essa corrente, cujo início pode remeter ao século XVII, se define como uma linha filosófico-jurídica voltada à defesa da diminuição do sofrimento dos animais não-humanos, assim como eliminação da dor física e das formas de confinamento e trato. Em teoria não se opõe ao abolicionismo, mas afirma que suas medidas são necessárias enquanto a abolição não se mostra possível.
Em sua forma de ativismo, atua por intermédio da proposição de novas leis para trazer essas mudanças de minimização do sofrimento durante o abate (“humanitário”), criação extensiva, maiores jaulas, vivisecção somente após anestesia e outras medidas nessas mesmas linhas.

Uma dessas ideologias é o carnismo. Cunhado pela psicológica Melanie Joy no livro “Por que amamos cachorros, comemos porcos e vestimos vacas”, o termo é definido como o conjunto de crenças invisíveis que condiciona os indivíduos a comerem certos tipos de carne de animais. O discurso ao redor desse consumo é bastante intenso e apelativo, geralmente vindo de grandes instituições com poder hegemônico e capital, como o agronegócio e seus oligopólios alimentícios, que lucram com a venda dos corpos desses animais.