LGBTfobia e Especismo: A urgência de novas noções de masculinidade

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Existem algumas implicações de comportamento que a lógica especista impõe às relações humanas. Um dos principais meios pelos quais essa opressão se manifesta na sociedade é através da construção de uma masculinidade hegemônica que oprime identidades de gênero e sexualidades desviantes da norma.⁣

Uma das principais atribuições ao que é ser um homem na nossa sociedade patriarcal é o consumo de carne animal, junto da heterossexualidade e cisgeneridade compulsórias. Há também uma relação do veganismo e do consumo de vegetais em geral com feminilidade ou com o atrelamento à figura da mulher. Isso, por sua vez, simbolizando fraqueza pela indústria alimentícia que imbui a ideia da carne ser o produto mais nutritivo e proteico, assim fortalecendo o agronegócio.⁣

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Reducitarianismo: o que é?

Um movimento tem ganhado força em contrapartida ao veganismo: o reducitarianismo, que propõe uma alimentação que reduza conscientemente o consumo de animais e derivados. A dieta surge como uma resposta ao dito extremismo encabeçado por veganes ao propagarem seu estilo de vida, erradicante de animais na alimentação, que supostamente afastaria simpatizantes de agirem em prol do meio ambiente, animais e da sua saúde.⁣ Porém, há uma série de problemáticas nesse movimento. Continue reading “Reducitarianismo: o que é?”

Transição agroecológica

No campo da agricultura, “transição agroecológica” se refere ao processo gradual de transformação das bases produtivas e sociais para recuperar a fertilidade e o equilíbrio ecológico do agroecossistema em acordo com os princípios da agroecologia, um modo de plantio em harmonia com a natureza. Entretanto, podemos dar um significado mais abrangente ao termo. ⁣
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O problema é o ser humano?

Anualmente, bilhões de animais são mortos e têm suas partes destrinchadas e comercializadas para que seres humanos possam consumi-las. Vítimas de uma indústria que propaga a ideologia especista, esses seres vivos são enxergados como apenas mais uma mercadoria à disposição da nossa espécie.⁣

Frente a esse problema e a muitos outros que poderiam ser listados, como desmatamento de florestas, poluição das águas, volume estrondoso de lixo gerado anualmente, até parece lógica a inferência de que há algo errado na humanidade.⁣

As pessoas que se indignam com esses infortúnios deixam de se enxergar como uma parte da sociedade e assumem uma posição de isolamento, de “eu contra o mundo”. Esse desencantamento pode provocar um desgosto generalizado à espécie humana. ⁣

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O veganismo é antivacina?

O perigo do negacionismo

Uma das dúvidas mais recorrentes no atual cenário pandêmico é o posicionamento de veganes quanto à vacinação. É sabido que a Anvisa determina os testes em animais como etapa essencial da produção de vacinas até a sua efetiva circulação. Posto isso, e tendo o veganismo como um movimento que se opõe à exploração animal para qualquer finalidade, surge o questionamento: veganes se vacinam?

Para responder a essa pergunta, primeiro temos que desvirtuar o movimento vegano de supostos dualismos morais (certo/errado). Existem certas questões que transcendem o nosso hábito individual de consumo e se locomovem para a esfera pública. Veganes precisam encarar sua realidade como estruturada em cima da exploração animal e, portanto, havendo contradições materiais que inviabilizam o boicote. Continue reading “O veganismo é antivacina?”

Carnismo e Sexismo – Carne e poder patriarcal

Propaganda sexista ligando a masculinidade ao consumo de carne

Qual a relação entre dominância masculina e consumo de carne? Qual ligação há entre carnismo, cultura da   violência contra mulher e objetificação feminina? Que mulher nunca ouviu de outra mulher (ou pronunciou) algo semelhante a “me senti um pedaço de carne” ou foi comparada a uma “vaca”, uma “galinha” ou um “filé”? ⠀

Precisamos falar sobre como se construiu a ideia de que é um privilégio ter acesso à carne e porque é ligada ao poder. Há uma lógica da dominação dos corpos que vem sendo construída pelo patriarcado ao longo dos séculos e que se reflete nas opressões e na nossa relação com os alimentos. As pessoas que têm poder comem a melhor carne, já os cidadãos de “segunda classe” comem as sobras. ⠀

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