Transição agroecológica

No campo da agricultura, “transição agroecológica” se refere ao processo gradual de transformação das bases produtivas e sociais para recuperar a fertilidade e o equilíbrio ecológico do agroecossistema em acordo com os princípios da agroecologia, um modo de plantio em harmonia com a natureza. Entretanto, podemos dar um significado mais abrangente ao termo. ⁣

O contexto não é apenas de crise sanitária (sem contar as demais crises potencializadas pela pandemia de covid-19), mas também de catástrofe ambiental. Como debatido anteriormente, o culpado pelos problemas mencionados não é o ser humano, mas sim o sistema de produção capitalista que necessita explorar humanos, não-humanos e a natureza para encher as contas bancárias da classe dominante. ⁣


A situação é insustentável. Por isso, nos vemos diante da urgência de mudar nossa relação com o planeta: precisamos de um sistema socioeconômico que coloque o “eco” acima da ganância, abandonando o antropocentrismo e o individualismo. Clamamos por uma transição agroecológica, que supere o capitalismo e restaure o equilibro dinâmico no ecossistema. A nova sociedade que desejamos requer inúmeras alterações.⁣

É essencial romper com a lógica de “crescimento econômico”. Em sociedades fundamentadas pelo “progresso”, sua presença traz opressões, exploração de animais humanos e não-humanos e destruição do planeta. Já sua ausência significa miséria, abalos democráticos e agravamento de políticas extrativistas. A noção de abundância, medida atualmente pelo PIB, precisa ser ressignificada por meio do decrescimento (ou pós-crescimento) e da desglobalização. ⁣

Necessitamos socializar os meios de produção e os latifúndios, cultivando uma noção não-produtivista que os transforme para que respeitem os ciclos vitais da natureza. ⁣

As dicotomias que legitimam a destruição da natureza e diversas opressões a partir da distinção superficial entre bom e mau, racional e emocional, macho e fêmea, precisam ser destruídas do nosso imaginário.⁣

A partir dessas medidas, atingidas por meio de uma educação descolonizadora, podemos criar uma alternativa sistêmica que garanta uma democracia real, para todes.

Vamos refletir e gerar sínteses conjuntas? Compartilha aqui conosco que outras medidas devemos atingir e quais paradigmas precisamos extinguir!