Apelo à moralidade como tática de divulgação do veganismo

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“Moral de rebanho”

A “moral” é um daqueles temas filosóficos que é teorizado e discutido a todo momento. Nietzsche é um que, por exemplo, fazia crítica ao que ele chamava de moral de rebanho: a moral que tinha como objetivo tornar-se universal.

O problema não é a moral em si (se é que isso existe). O próprio Nietzsche coloca que nós pensamos sobre a nossa própria vida, sobre nossos próprios valores através da nossa moral – e que isso faz parte do ser humano. Mas a moral (esse conjunto de valores que temos como “certo” ou “errado”) pode ser algo que venha de encontro com a nossa própria humanidade, que não reprima os nossos instintos, potências e pulsões, que aceite as particularidades da vida real.

Acontece que a moral também pode ser algo que separa a noção de “certo e errado” da vida concreta e a eleva para o plano ideal: tornando noções particulares ou pertencentes a determinados grupos em conceitos universais. Essa manifestação da “moral” acaba sendo o que chamamos de moralismo. Ele ignora por completo as condições materiais dos indivíduos e traz recomendações generalizadas ao “ser humano”, como se a humanidade fosse uma massa homogênea.

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Veganismo: nem de esquerda, nem de direita?

Os usos dos termos veganismo, direita e esquerda têm sido feitos muitas vezes de forma confusa, errônea, precipitada ou mal-intencionada. Pudera, são todos centrais no cenário político tão dramático no qual nos encontramos. Porém, é possível discernir com segurança alguns aspectos básicos de cada um desses conceitos, a fim de entender melhor como o veganismo pode ser caracterizado politicamente de forma consequente com seus princípios éticos.

Bem, primeiramente vamos definir o que é fundamental para a caracterização de um posicionamento à esquerda, partindo da premissa de que se propõe aqui um debate que se dirija à raiz dos problemas ligados às desigualdades em termos de raça, classe, gênero e espécie.

Poderíamos elencar assim os seguintes pontos como defendidos no sentido proposto: igualdade radical e soberania popular (tecnológica, alimentar, geopolítica e assim por diante). Por outro lado, normalmente a direita defende uma concepção de igualdade formal e não defende a soberania popular, mas uma vertente ou outra da liberdade individual com base na competição (estamos falando aqui de direita moderada ou centro-direita e não da extrema direita).

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Polícia Vegana – disputa de narrativas e coerência da prática vegana

Sobre proteínas, B12 e agrotóxicos: hipocrisia e essencialismo nos debates  vegetarianismo x carnismo | by Kae tê | antropoloko-alado | Medium
“Polícia vegana” da série de quadrinhos Scott Pilgrim

Antes de mais nada, esta não será uma postagem sobre as forças policiais. Vamos falar sobre o termo bastante utilizado por determinados grupos dentro do veganismo, a famosa expressão “Polícia Vegana”.

Essa expressão é fortemente usada em discussões quando se abordam temas como as conexões do veganismo com outras lutas contra a opressão, a exploração e a destruição da natureza ou quando o assunto é se o novo produto da empresa que lucra com a morte de animais (além da exploração da classe trabalhadora e a destruição e devastação ambiental, e subsequente morte de diversos animais e até espécies inteiras) é ou não é “vegano”.

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Antiespecismo Metafísico – os limites da teoria antiespecista

Ouroboros – Wikipédia, a enciclopédia livreSignificado de Ouroboros - Dicionário de Símbolos

As teorias antiespecistas são de extrema relevância para a causa animal, sendo uma das mais aceitas definições de especismo “o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem o direito de explorar e matar as demais espécies por considerá-las inferiores”.

O antiespecismo se mostra como a maneira de questionar o sistema especista em geral, buscando a compreensão e a transformação da nossa atual relação com os animais não humanos. ⁣

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Senciência e Resistência – Complexidade da vida para além do antropocentrismo

Pingo de compaixão: a história do porquinho que foi do inferno ao Santuário  – Editorial J – Famecos/PUCRS

As imagens produzidas dentro de abatedouros são reveladoras sobre aquilo que neurocientistas chamam de senciência. As manifestações físicas e sonoras dos animais na linha do abate revelam estratégias complexas de ação e comunicação que demonstram que eles não querem estar ali porque sabem que algo ruim os espera.⁣⁣

A senciência está relacionada à capacidade de sentir, conscientemente, as sensações mais básicas. É a habilidade de, subjetivamente, experimentar dor, frio, (des)conforto, e diferenciar estados internos como bons ou ruins, agradáveis ou desagradáveis, tranqüilos ou ameaçadores.⁣
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Abolicionismo Anticapitalista dentro do Veganismo

Ativismo vegano: conheça o movimento que se opõe ao ...

O posicionamento radical de oposição a toda forma de dominação, exploração e opressão sempre foi fundamental no decorrer da história para a abolição dessas práticas. Identificar o problema na raiz da exploração animal, ao invés de buscar conciliações com as estruturas de exploração capitalista, é um passo essencial para se alcançar a libertação animal efetiva.

No veganismo, há um consenso da abolição da exploração animal, porém diferentes correntes de pensamento no movimento enxergam métodos distintos para esse processo.

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Interseccionalidade: uma breve contextualização para o veganismo

Apontamentos sobre cidadania, opressões e as perspectivas ...

O conceito de interseccionalidade remete à jurista estadunidense Kimberlé Crenshaw, porém também remete aos movimentos de mulheres negras norte-americanas da década de 1970, que já atuavam com o entendimento de que as opressões (gênero, classe, raça e sexualidade) não deveriam ser entendidas separadamente, mas de forma articulada e entrelaçada.⁣

O feminismo negro tem papel fundamental no que hoje entendemos como sistematização do conceito de interseccionalidade, como nas obras de Audre Lorde e bell hooks. Não teria como haver uma luta envolvendo uma só questão porque não se vive sem essas intersecções, de uma realidade complexa com entrelaçamento de experiências vividas por mulheres negras, trabalhadoras,
lésbicas.⁣

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Reducitarianismo: o que é?

Um movimento tem ganhado força em contrapartida ao veganismo: o reducitarianismo, que propõe uma alimentação que reduza conscientemente o consumo de animais e derivados. A dieta surge como uma resposta ao dito extremismo encabeçado por veganes ao propagarem seu estilo de vida, erradicante de animais na alimentação, que supostamente afastaria simpatizantes de agirem em prol do meio ambiente, animais e da sua saúde.⁣ Porém, há uma série de problemáticas nesse movimento. Continue reading “Reducitarianismo: o que é?”

Transição agroecológica

No campo da agricultura, “transição agroecológica” se refere ao processo gradual de transformação das bases produtivas e sociais para recuperar a fertilidade e o equilíbrio ecológico do agroecossistema em acordo com os princípios da agroecologia, um modo de plantio em harmonia com a natureza. Entretanto, podemos dar um significado mais abrangente ao termo. ⁣
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O que é Bem-estarismo?

Dentro do campo da luta pela libertação animal, há conceitos e correntes de pensamento que orientam e informam práticas ativistas, entre eles existe a concepção bem-estarista (welfarism).

Bem-estarismoEssa corrente, cujo início pode remeter ao século XVII, se define como uma linha filosófico-jurídica voltada à defesa da diminuição do sofrimento dos animais não-humanos, assim como eliminação da dor física e das formas de confinamento e trato. Em teoria não se opõe ao abolicionismo, mas afirma que suas medidas são necessárias enquanto a abolição não se mostra possível.

Em sua forma de ativismo, atua por intermédio da proposição de novas leis para trazer essas mudanças de minimização do sofrimento durante o abate (“humanitário”), criação extensiva, maiores jaulas, vivisecção somente após anestesia e outras medidas nessas mesmas linhas.

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