Antiespecismo Metafísico – os limites da teoria antiespecista

Ouroboros – Wikipédia, a enciclopédia livreSignificado de Ouroboros - Dicionário de Símbolos

As teorias antiespecistas são de extrema relevância para a causa animal, sendo uma das mais aceitas definições de especismo “o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem o direito de explorar e matar as demais espécies por considerá-las inferiores”.

O antiespecismo se mostra como a maneira de questionar o sistema especista em geral, buscando a compreensão e a transformação da nossa atual relação com os animais não humanos. ⁣



Essa teoria beira os 50 anos de existência. De fato é pouco tempo quando comparamos com outras teorias antiopressão. Talvez seja por isso que a compreensão teórica sobre o especismo dentro do movimento vegano pareça homogêneo.⁣

“Antiespecismo metafísico” é o nome dado por Marco Maurizi, filósofo italiano, ao conjunto das escolas de pensamento que dominam o movimento pela libertação animal. ⁣É dividido em filosofia moral burguesa, crítica jurídica liberal e antiautoritarismo pós-estruturalista social liberal. ⁣

De acordo com Maurizi, todas essas escolas foram (e ainda são) importantes para entendermos por que os animais são tratados de maneira diferente na sociedade e por que esse tratamento é injustificável. Elas mostram como a exploração animal é legitimada e como se reproduz no agora. ⁣

Contudo, também carregam certas falhas, como colocar o especismo como um fenômeno que se dá primeiramente no campo ideológico e só depois expresso na realidade material. Vale lembrar que metafísica significa “aquilo que está para além da física”.

Dessa forma, o antiespecismo metafísico falha em apresentar a origem do especismo. Deixa subentendido que a exploração animal surge por conta do especismo, que ela existiria porque as pessoas são especistas. Ao mesmo tempo, afirma que as pessoas são especistas por conta da ideologia especista. É como se fosse um ciclo que ninguém sabe como e quando começou. ⁣

Entender as limitações das mais difundidas teorias antiespecistas é fundamental para que possamos gerar novas sínteses e renovar nossa luta! Que nunca paremos de estudar para transformar o mundo!

Essa discussão é levantada de maneira mais aprofundada nas “XVIII Teses Sobre Marxismo e Libertação Animal”. Esse texto é apenas um resuminho para difundir o debate. As teses estão disponíveis gratuitamente na internet: https://revistaleca.org/journal/index.php/RLECA/article/download/243/184